XLIV






.
regresso à finitude
con.sentida
de um a-deus
.
re.corrente
.
num gesto des.sentido
pela invernia





john duncan






XLIII






.
bordejei a toga na lonjura
de um dúplice amplexo e
.
acresci o Tempo
.
ao canto superior de uma folha
de Excel





john duncan






XLII






.
depois de mim chegarão os gnomos
.
aqui del rei
.
in.vertebrados moldados
à subserviência e
.
à falta de carácter
.
quando não vendidos
ao servilismo
e às nomeações compradas
em hasta pública





john duncan






XLI






.
vou parindo devagar
glosas
adstritas ao ofício
de poetar
.
sentidos proibidos





john duncan






XLIII






assim o modo tácito
.
de
em Phatos
assessorar
o poema
final





peter mitchev






XLII






de vésperas me visto
em vésperas me dispo
vagamunda avulsa
.
de um querer
mais longe

talvez convulso





peter mitchev






XLI






eis um a-deusar o visco
num retorno ao longe
ao desnudo
ao sonho
.
enquanto
o errante urge

antagónico
no re.estruturar a voz





peter  mitchev







XL






talvez neste sincopar de muito haver
me tenha
em lençóis
revoltos
.
assim o casulo
aparente
mente novo

das paixões ru.minadas pelo Tempo





peter mitchev






XXXIX






se me quiserem lembrança
souvento
maresia a céu aberto
vagamunda de silêncios
.
apondo às derrotas

sentimento





peter mitchev






XXXVIII






assino de cruz
a tábua rasa dos silêncios
.
sou volátil
no desassossego





peter mitchev






XXXVII






avulso o termo de escrever o hoje
em
epístolas arrojadas
.
conforme o Tempoconvulso
em abandonos
etemeridades

frustrada a raiva





peter mitchev






XXXVI






se me for concedida a imunidade
de género
.
terei na
vagamundagem
a minha carta de alforria





peter  mitchev






XL






.
há quem escreva ao sabor da linha
do vento
.
do golpe de mestre
cerceados os rasgos de lonjura
.
os de.mais
ínterim de.menos
.
quedam-se
num demorar o Tempo
tão de longe e
.
poetizam
o ficar ao largo
o regresso a nós





john duncan






XXXIX






.
visto-me do futuro
relevável
.
a fim de cerzir as roupagens do presente
e
remeter a bainha dos saiotes amarrotados
ao passado
.
são rosas
,meu Senhor
,são rosas!
.

quiçá o fado





john duncan






XXXVIII






.
não apagues a luz
.
lega um rasto de navio no nevoeiro
que molda a janela
.
semi-aberta
.
do teu quarto varrido pela evocação
de um nome

crestado à in.subordinação do acaso





john duncan






XXXVII






.
que virá depois?
o refúgio nostálgico de um traço
.
numa temporal.idade que
se demora
.
ou o silêncio do teu nome
esgrimido a vermelho?





john duncan






XXXVI






.
saúdo-te
oh magificat

e esculpona esfinge marmórea
do a manhe’Ser
.
um chão outro
onde as saudações
remissivas
.
descuram à revelia de um gesto
.
o espinho das presenças
morrentes





john duncan






XXXV






não tenho a modéstia por afinidade
consanguínea
.
apraz-me a afrontacomo modo de
diferenciar o agora





peter mitchev






XXXIV






se o novo me for diferente
tenho-o como amigo e amante
entre legendas e notas
inscritas na afasia
.
de um rascunhar concebido acima
de uma preclara emergência





peter mitchev






XXXIII






apago-menum des.tecer juízos
e assisto-me
face à ineficácia


de um poema avilanado
pelos cabotinos da ordem






peter mitchev







XXXII






rendo-me à virulência de um humanismo
sem humanidade
ébrio
.
quanto o derrotar clemências
a uma
barbárie

aforradaem festivais de violência





peter mitchev






XXXI






assombros virulentos
assaz vulgares
à metonímia que me tem apóstola
.
assim
os textos
inclementes
escritos fora de páginas e de senso





peter mitchev






XXX






se me houver cativade enganos
encapotados
.
inscrevo-me na metalinguagem dos
afectosvadios





peter mitchev






XXIX






silêncios a mais e
metáforas a menos
.
nesta formacontundente
de re.escrever os sigilos





peter mitchev






XXVIII






de pasto em pasto
enfática forma de preencher
o vazio
.
o gado frustra
o universo dos signos

estruturados





peter mitchev






XXVII






temem-seas palavras in.significantes
rompidas sob o espargir dos modos
átonos
ao inserir o incauto

na boca do fauno a que o en.fado
desossa
os ritmos 





peter mitchev






XXXV






.
castos os olhos deslizam
.
sobre o retrato da monja invocando
a nostalgia de um acorde

avespinhado





john duncan






XXXIV






.
chove na algibeira do meu casaco
onde abrigo as memórias
sacri-santas
.
mea culpa
mea culpa
.
insistem em esconder-se debaixo
do travesseiro
.
diferidas na
confusão
.
tumultuosa
.
de insónias





john duncan






XXXIII






.
mergulho na placenta do Verbo
fêmeade um avermelhar
mênstruo
.
sei-me faminta
.
invento cláusulas na ovulação
dos códices ir.revogáveis
.
ignoro anexos e remeto ao vácuo
a tentação
.
de roubar a vergôntea a Iblis





john duncan






XXXII






.
eis-me de novo fascinada pelo erro
tangível
.
in memoriam
.
do visco que se derrama
pelas dissonâncias
.
glosadas e gozadas
pelos perdulários de um juramentar
suspenso
.
a sós
rasgam-se os véus na lonjura de um
diagnóstico mal-gerido





john duncan






XXXI






.
desisto de Servalência
neste momento
.
im.preciso
.
o com.passosemi-breve entre o
antes e o depois
.
o voltar atrás
ao lado branco da página
onde engodo a sapiência

precoce na forma empírica

dos golpázios





john duncan






XXVI






sob o pálio do Livro de Horas
o diácono
.
cúmplice
da submissão
inscreve a impunidade dos vícios

na inepta condição humana





peter mitchev






XXV






apraz-me o jogo temerário
d
os estruturantes
linguísticos


diferenciados
palacianos
.
versejam

cartas demal-dizer e en.canto
vário





peter mitchev






XXIV






in.diferente ao apelo dos clássicos
fecho-me na minha casual.idade
linguística

não sei de rimas
nem de métricas
que abomino
.
sei de sons de vozes e de músicas
que oponho
de bandeja

ao ruído





peter mitchev






XXIII






nada mais me apraz
do que esculpir signos
.
após
o diagnóstico
de uma fulgurante apatia





peter mitchev






XXII






carpe diem
sussurra o diferente na clausura
de um gesto

entestado
ao futuro




peter mitchev







XXI






do adjectivo arraso o texto
com as mãos nos bolsos
.
e a cabeça na dissonância
de verbo
vestido de vermelho





peter mitchev






XXX






.
a estultícia do predador
regorjeiana distância
.
equidistante
.
das vítimas acopladas ao
silêncio
.
bárbaro

sobram indícios .talvez os únicos
apêndices

no deserdar das memórias





john duncan






XXIX






.
gosto dos números primos
.
deixo os ordinaispara o resto da família





john duncan






XXVIII






.
esqueci o livro
virei a página e tive medo
.
não sei de quê
.
muito menos porquê

o des.assombro das esferas
acústicas





john duncan






XXVII






.
venho da brevidade de um acaso
que aqui e agora
se esvai
.
sou o arrasto
.
a paliçada
.
assusta-me o regresso ao nada





john duncan