as cidades em l - Lake Tahoe




há muito imaginara aquele olhar .havia-o em vão ,procurado nas cidades do seu efabular .percorrera continentes e quando desistira encontrara-o solto ao ritmo lento de uma valsa dançada em contra-mão .desintegrado sentira as ondulações das searas que searara em dança lenta e regressara estranho às recordações de antanho

antanho era a linguagem de seus avós .havia crescido junto à terra gretada pela fome das manhãs abertas e desde cedo havia sentido a boca apagada em desejo de terra-pão

fustigada pelo vento não se deixara abater .havia pulado a cerca construída sobre os dias pintados em tons de azeitona .como as copas das árvores que costumava ouvir à noite entregue aos seus passos de caçador-furtivo .fora assim numa dessas deambulações que a encontrara .presa .aproximou-se e ela a medo levantou as asas no voo ferido .soltou os cães e ficou suspenso à dança do animal em voo através do montado .primeiro raso .depois mais alto arribando em direcção ao mundo

correra mais uma vez em tons de mel e engrossara o batimento das asas ao som da pressa do homem / caçador .sabia-se cativo daquele voar

filados os cães esperavam a voz de comando e ele quedo muito aquém da aventura seguia-lhe o volteio o silêncio da terra era o elo que os unia .ele o caçador-cativo

ela seguindo o ritmo do dia solta à migração do Outono

que estranho aquele olhar que se projectava na mira do caçador tornando-a vulnerável ao cúmplice jogo do agarra-e-foge .havia sido antecipado o encontro das asas e o desejo do caçador

agarrado ao sortilégio deixara-se cair sobre um manto de horas semeadas a esmo indiferente a tudo o que pudesse reescrever a fábula que antevira nas cidades deixadas muito lá atrás
ele havia sido o efabulador e regressava caçador como fora escrito no livro de reclamações

abriu a asa pronta a deixar-se prender
e olhou-o

e ele viu-se projectado no olhar em flash de uma ave / dona
cativo