epígrafe






no derrubar dos arcanos
indulgenciam-se os impulsos
 


























página de rosto








leszek sokol








I - primórdios ...

[ no derrubar dos arcanos  ]











tendo a des.ordem como princípio .1







michael bilotta







tendo a des.ordem como princípio







num gesto de perfeita indigência

penduro palavras-livres de ordem ritmo métrica ou som 
nas badanas dos meus livros





tão de.cantável quanto absurdo .1







michael bilotta







tão de.cantável quanto absurdo







in.figurável represo a sinaléctica dos espasmos ambíguos

calaceio

afrouxo ou

reavejo
na nascente a vacuidade da maré-de-canto






de decalque em decalque .1







michael bilotta







de decalque em decalque







de decalque em decalque atrevo-me a semear o expectável
na denúncia do pré-texto

sou lenta
a perfilhar o erro






sonatinas em ré menor .1







michael bilotta







sonatinas em ré menor







é no significado das coisas simples que
componho memoriais

ao aneurisma de Mefistófeles

ínterim a capitulação






rezam dos castos as histórias .1







michael bilotta







rezam dos castos as histórias







talvez os castos me desumanem segredos
ardis ou

comissões

pautadas pelo snobismo dos ladrões de almas






entre-parênteses .1







michael bilotta







entre-parênteses







rendo-me ao abandono das aves
migratórias

imanando segredos

no rendilhado das feridas ponteadas






palavras à beira do precipício .1







michael bilotta







palavras à beira do precipício







é no êxodo das palavras que
as escravas estremecem e aguardam o julgamento dos átomos






in extremis .1







michael bilotta







in extremis









após o assassínio das mãos
os pés
reclamam a pena de morte






lamentações ,não! .1







michael bilotta







lamentações ,não!







no paradoxo dos momentos
oxítonos
há um folgar oxidável no rebentar das vagas






pensamento esquivo .1







michael bilotta







pensamento esquivo







não facilito o que nunca foi fácil
máster de originais






abençoados os cânticos e as alegorias .1







michael bilotta







abençoados os cânticos e as alegorias







assim os salmos e os louros
castrados .amuados .arrolados ou vendidos

assim a doce e mortífera arte de
camuflar
o agoiro






uma descida aos Infernos diferente .1







michael bilotta







uma descida aos Infernos diferente







ex.agitada com Alighieri

não sei se subo ao céu se
desço ao Inferno

sei que me penduro no trópico de Capricórnio

para vergar-me à veniaga






indiferente ao abandono da cor .1







michael bilotta







indiferente ao abandono da cor







cordéis de índigo nas conversas banais
tecidas
no temerário vesgo do mercantil

assim o rasgo
quando assun.gado o pasto






em remissão dos pecados .1







michael bilotta







em remissão dos pecados







intimidam-me as palavras convexas
cansam-me os temposdevolutos e

perdulária
de remissões
re.envio a epístola ao bargante






aposto no contraditório .1







michael bilotta







aposto no contraditório







volto-me revolto-me e volteio
em quadrúpede sentido e

in.diferente à aclamação dos códigos e das fontes
equívocas

pasto-me






deslizes ao sabor do amanhã .1







michael bilotta







deslizes ao sabor do amanhã







se amanhã o dia for igual ao hoje
desfaço-me em dedos de veludo

sem
o con.sentimento da nota

em rodapé






o desfazer de mitos .1







michael bilotta







o desfazer de mitos







des.faleço-me em litanias
no regresso à matança e
envieso-me na lonjura dos códigos açaimados 






a rasgar in.finitos .1







michael bilotta







a rasgar in.finitos







sou num harpear o húmus
um pouco mais
a rasgar in.finitos






em palco .1







michael bilotta







em palco







coloco sobre o palco um par de lágrimas
assistidas com muito sal e água e

deixo-o envasar
o acaso
quando no ocaso

abandono o poscénio






divagações ao acordar .1







michael bilotta








divagações ao acordar







meretriz da Língua
planeio ao amanhecer o que na noite divaguei






desertar é quanto basta .1







michael bilotta







desertar é quanto basta







vocabular a vida é
desertar o ventre em inexpugnáveis desistências






pintura barroca qb .1







michael bilotta







pintura barroca qb








misturo-me no sangue e pinto o longe
com pincéis de néctar

nas mãos
uma despedida grave
num grave eclipsar a morte 






a película aderente .1







michael bilotta







a película aderente







despem-se os mortais na finitude
de um a-deus ao largo

circundando a afasia claustrofóbica
de um re.vestir a sílaba

com película aderente






o melindre dos sonhos .1







michael bilotta







o melindre dos sonhos








nada senão o vazio dos oceanos
ancorados nos barcos que arpoam o melindrar

dos sonhosnavegantes






na ambiguidade de uma longa dissertação .1







michael bilotta







na ambiguidade de uma longa dissertação







aqueço-me em memórias e metáforas
legadas pelos apóstatas da Língua

enquanto ao longe
um allegro come
una pasqua assume em fogo

a explosão e
o canto






vagueio de andrajo em andrajo .1







michael bilotta







vagueio de andrajo em andrajo







é no ruído que me sou fobia e volatizo o visco do andrajo






clausura des.mistificada .1







michael bilotta







clausura des.mistificada







enclausurada no universo dos signos
desintegro-me e procuro

num estado de demência
diagnosticado

a causa e efeito
dos opostos






jogo de vida e morte .1







jaroslav datta







jogo de vida e morte







desafio-me num jogo de vício e morte
para além do razoável
e

afiro a aerognosia
na
glosacrescente de um stradivarius






.3
























I - das reminiscências…… 

……&m contra.voz ...










rega .1







laura makabresku







rega








volto amanhã

para semear palavras cépticas nas metáforas






ao sabor do vento .1







jaroslav datta







ao sabor do vento







não quero prémios nem críticas

não vendo aplausos

.quero o fogo ardente de Ésquilo
na epígrafe
de um livro

tecido numa tessitura malsã






voragem .1







jaroslav datta







voragem







na in.consciência consequente
do momento após

devoro
o serflutuante que me é falua e

des.faleço
após um menos.prezar prematuro






anfíbia .1







jaroslav datta







anfíbia








sou do mar e venho a terra

para a dorme’Ser
os cetáceos
matalodados a esmo






palavras dolorosas .1







jaroslav datta







palavras dolorosas







algures no vento há palavras que o tempo magoa






baptismo a ferro e fogo .1







jaroslav datta







baptismo a ferro e fogo







sou daqui
do chão que é mátria mas não pátria

e
arvoro colcheiasenvenenadas
num baptismo de sangue
avesso à brasa






envolvência .1







jaroslav datta







envolvência







se me chegas em partida
devolve-me o caminho dos adágios






tão de noite .1







jaroslav datta







tão de noite







como se as escarpas fossem ninhos
as aves
anoitecem os medos






aqui ,o tempo deixou de passar .1







jaroslav datta







aqui ,o tempo deixou de passar








as horas
deixam nos dias a saudade do tempo






paro ,escuto e olho .1







jaroslav datta







paro ,escuto e olho







chega de novo o depois
e eu paro

no desmembrar do agora






na livrança de um agora outro .1







jaroslav datta







na livrança de um agora outro







é na livrança dos dias seguintes
que
o amanhã urge e

eu

qual galgo
envaso as epígrafes
nos dislates
dos signos






pergunta de retórica .1







jaroslav datta







pergunta de retórica







apago o pensamento e
deito a cabeça no caixote de lixo

fecho a boca
 -amanhã é feriado?






situações limites .1







jaroslav datta







situações limites








entalo-me num corpo de explosões
qual livro que é porta e

avesso-me na des.temperança dum
ajuizar cautelas






traço contínuo .1







jaroslav datta







traço contínuo







ameaço-me na fluidez dos engodos
quando amarrotada a avidez
do tempo

qual borboleta cujas asas padecem
a ignorância dos traços contínuos






da convergência à divergência .1







jaroslav datta







da convergência à divergência







pendurada no chão dos ventos
entalo o corpo no ombreio da lama e

se
o tempo esgarça
murmúrios agrários
disseco-o em sílabas convergentes






enganos a mais .1







jaroslav datta







enganos a mais







desatinos e enganos desmentem os factos
recolhidos na agitação dos falcões

tal as dúvidas quando penhoras
n
a floração dos estios






do primeiro ao último passo.1







federico bebber