dependência ou criação?




à semelhança de Nélida Piñon sinto-me como um mero repertório de palavras desconexas frente ao qual me vejo aflita porque na desordem do meu pensamento não sei o que ( ou se ) me apetece escrever

"como seleccionar o que seja se a própria existência é uma apologia do banal?"

gostaria de encontrar a resposta 

sei-me comprometida com a arte de criar porque esta nas suas mais diversas manifestações é parte integrante de mim .sei que escrevo para deixar fluir à minha revelia as metáforas os mistérios e os fantasmas que me habitam e se sirvo a palavra como um estigma apesar do longo convívio com o literário sinto-me cada vez mais senhora de uma memória que engloba múltiplas histórias .sei que a escrita é a morada do escritor mas não sei se quando se tenta conciliar a propriedade da narrativa ou decifrar se esta deriva da nossa imaginação ou se não será apenas uma marca se bem que eloquente de uma existência colectiva anterior ou parte de um texto já escrito por outrém não estaremos a endeusar-nos?
não ouso definir este enigma porque quero-me uma eterna aprendiz da palavra com a qual dia após dia disputarei certa de que ela sempre me desgovernará porque muito mais forte do que eu e

no meio de uma enorme gargalhada

admiro o seu fascínio mimético quando automática e persistente se insinua e me domina