mais a-dentro é que te faço morada




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aquietados os rasgos de genialidade 

resistimos 
e somos o cais dos barcos
.mais nós 
.talvez dos outros camadas e 
camadas de falsas tendências
.despir o silêncio e ser na voz 
o grito átono de quem acende 
o coração 
.na ascese a seiva 
.do arquétipo o enigma 
ou o ponto comum rente ao abismo 
.somos e sou discreta ao fechar a porta 
quando abro a janela e escrevo 
.agora que os dedos falam 
.agora que as letras se soltam 
imprimo a minha face 
neste estio morrente 
e sirvo 
um corte 
uma pausa 
um golpe 
um acaso 
uma cor 
uma boca 
o agora tão só o presente 
onde a revolta se inscreve 
.bastam-me as bestas
para escarnecer a face 






monika serkowska