ad astra per aspera*






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insisto em que a crista da onda 

se desfaça em escuma 

para em terra ser 

o que a água enjeita 
.“ad astra per aspera” 
.e assim voraz apronto 
uma nova livrança 
.intermitentes os meus pés 
confundem-se ao agilizar 
a plenitude de um cântico 
erigido a Poseidon 
.acendo regressos 
.confundo partidas 
.estou mais dentro 
dum mapear de sombras 
onde a luz é um murro 
dado no estômago 
.assinalo a falta 
ao ocultar a cegueira 
.ao entender o movimento 
que se insere num atordoar 
de coincidências pouco coincidentes 
.recolho à lavoura para reverter a brisa

.nem tudo se resume a um risco de lápis




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*até às estrelas através da adversidade







monika serkowska