e tudo o mais é fuligem






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há um saber no retornar a casa 

.um tempo viril que rasa os dias e 
nos canteiros faz guarida 
.do poço a água que ontem foi matriz 
hoje esparze a estiagem e 
os demiurgos dançam a fim de afastar 
a viuvez metade-pedra-metade-sombra 
que se vincula ao riso das crianças 
.os cães servem-se das metáforas 
espeçados na terra e nela deixam inscritas 
as biografias dos melros que nas árvores 
disfarçam as ausências 
.e nada mais restará a não ser 
estes fins-de-tardes em que o vento 
agenda  novos encontros des.confiados 
.um profundo povoado de futilidades 
aguça a cupidez das feras adentradas 
pela dureza das palavras bipolares 
.da casa servem-se os ossos 
das aves agora mudas 
.ociosas e desculpantes 
.abertas aos vermes 
que as esperam in.complacentes 






marina podgaevskaya