a razão do tempo






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veloz como um corcel desliza o pensamento 

.a água da represa serve-lhe de espelho e 
as pedras circundantes tomam-no por irmão 
.a consanguinidade alterna entre o 
humana
mente 
possível e 
a exegese de um texto-apócrifo 
.a metáfora tem-no como bastardo 
.nada é igual ao desejo de sobreposição 
.tudo é reflexo de vivências 
cujos rastos não se apagam 
com um simples gesto de mão 
.é um não querer cujas marcas o tempo deslaça 
.o hoje não é a continuação do ontem 
nem o amanhã o consentimento 
de um quotidiano quebrado 
de quando em vez – 
por hipotéticas linhas de passagem 
.o tempo de pensar escusa-se 
.o corpo perde a razão de ser raiz
.mea culpa .mea maxima culpa
declinam os agnósticos






anny maddock