sombras






leszek paradowski






*
*
*
se apagar o fogo que me é várzea
recolho ao silêncio virgem e
na impertinência que me é diária
sufoco a errância de um ficar
mais cedo como se o medo de um
jogar mais cavo fosse o tempero
de uma ardência que se quer folgã
.deslizo entre a amabilidade e a
maledicência pronta a abocar o
raro .desdigo e digo
-na harmonia equidistante do silêncio-
um pouco mais de fala e
omito as aparências voláteis de
um existir sem ser .a imobilidade
permite-me a lucidez desesperante
de um igualar as trevas apesar
da luz que tece pinceladas
multicores sobre as palavras
desnudas que se querem vestidas de
seda
.erro ao mergulhar
consciente
no conflito da incerteza e na certeza
do não ,não abdico do sim