sê breve .só a poesia me interessa






consuelo arantes






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a sala está vazia .nela cabe o mundo dos embustes que se fixam como aquela árvore que sob a arcada guarda o teu nome .quando te chamo é um pássaro que responde – sabes que tens nome de pássaro? - e quando me tocas não sei se és água-fruto-pássaro ou o rasgo que imagino a atravessar-me .fixo-me no ruído dos passos e quando a noite nos cobre procuro enquadrar-te nos rendilhados de um poeta-maior .deitados sob as estrelas nada mais ouvimos senão o rumor das asas dos insectos em volta de uma lâmpada ou o canto que nos orienta
na diversão dos nossos corpos-palpáveis