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depois e só depois dou ao desbarato a túnica
que me resta a fim de despojada
mergulhar na fonte
.aquela que me acolhe e que eu escolho res.guardada
de ser mulher tendo como sangue a água e
como carne as pedras
.sou um ser húmido e escorrente que no fio do vento
largado à melancolia
rejeita o enfado como enfeite de úbero infante
.lá fora junto ao muro
ouço as vozes que se projectam e
deixo-me aquietar
– após o banho –
numa lisura de espaços e tempo
.aos amigos lego o nó górdio
.torno-me o braço da noite
numa cegueira de movimentos concêntricos
.arrasto-me pela água que se quer levada
.é de rosas senhor que se fala ao desbravar
o lado inexistente do húmus
.devasso-me como um fio
presa ao inquilinato das mansardas e
in.submissa
aguardo a viuvez das borboletas
para no degelo coroar o tempo dos segredos
depois e só depois
assento-me no dorso do bezerro de ouro
anny maddock