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que dizer do não quando o sim se impõe?
um misto de agonia e asco soltam-se e
mergulhada no frasco de fenol
fui tecendo gestos em demanda do sagrado
.lancei esconjuros e experimentei rezas
que o cruzeiro da sé me trazia cativa
de um trágico resguardo
.soltei as águas e subi à torre-maior
como um rebanho de vontade de ir
cada vez mais-alto
.sabia-me no topo tendo o horizonte
como limite
.dentro de cada mão era o meu sangue
que assegurava a alquimia dos milagres
.deixei-me prender pelas referências
satânicas e a minha boca
foi-se revertendo em vale
onde os sacros bezerros veneravam os algozes
.em prata e ouro o meu corpo escorreu e
chegado à matriz aí se teve apegado ao sossego
.era feliz
.acordei enlaçada com os nervos em pé
dentro de uma bolha de ar
anny maddock