fragmentos de memórias






às vezes quando a noite cresce jovem
os corpos cheiram a rastos de viagens
e dentro do nosso quarto as árvores
seguram-se frágeis aos fios do candeeiro
.um murmúrio um lamento um resto
de afago ficam colados ao rosto da lua
que sem decoro
vem espreitar o nosso dormir-acordados
e de coração rasgado esconde-se
nas linhas das nossas costas sem pedir
licença
.senta-se no chão
foge para dentro da nossa cama e
fingindo despir-se
deixa antever os quartos crescente e
minguante
quando se prende aos teus cabelos ou aos
meus olhos cheios com as cinzas do ritual
que na véspera celebrámos






george christakis