uma utopia possível ( 2ª parte )




A Política faz-se pela positiva, não por contradição
foi com esta frase que terminei a 1ª parte da minha anterior crónica. é com ela que inicio a segunda porque em meu entender a política impõe uma séria reflexão introspectiva e actual sobre a comunidade em que estamos inseridos. reflexão que como um dia escrevi deve ser acompanhada de um profundo exame de consciência sem concessões para todos aqueles que quais Velhos do Restelo e com várias metástases tentam deturpar a verdade dos factos lançando o anátema sobre essa mesma comunidade
essa reflexão é tanto mais necessária quanto a nossa comunidade continua adiada marginalizada e minimizada
é legítimo em democracia que as Pessoas tenham ou façam as suas opções políticas. como é legítimo o contrário
todavia qualquer posição que seja tomada deverá sê-lo em consciência e não como factor de poder ou contra-poder .isto é: nos verdadeiros democratas as opções fundamentam-se em princípios interiorizados em que o “servir a causa pública” é sempre um acto político quer o queiramos ou não .não há isenção nos seres activos porque agir pressupõe “tomar posição em relação a” e esta é igual mente uma forma de poder .sendo este um factor determinante do estar em sociedade não pode nem deve sustentar-se em questões de índole pessoal mesmo quando camufladas no “bem servir a comunidade” porque o “ser em comunidade” exige o respeito pelo outro ou seja o respeito à diferença .outrossim este respeito pressupõe o estar sempre ausente no não agente o estar sempre presente no agente
há que afastar os fantasmas, consequências inevitáveis do ser em comunidade porque não são as nossas empatias que galvanizam as sociedades saturadas até à medula nas certezas dos HOMENS SÓS
e neste capítulo a Comunicação Social – escrita e falada – tem um papel preponderante
não para os que vivem os acontecimentos ou neles se envolvem porque facil mente detectam a in-veracidade dos factos a subjectividade das crónicas a informação tendenciosa
todos nós temos consciência da falibilidade informativa
mas se tomar posições é natural o mesmo não acontece quando não assumidas com frontalidade e verticalidade mas antes camufladas pelos imperativos de momento à volta de interesses pessoais presentes passados ou futuros
urge assumir sem diletantismos uma perspectiva racional porque os tempos das “paixões” são fugazes como a própria paixão
urge assumir uma perspectiva englobante essencial mente construtiva em prol do Humanismo da Solidariedade da Justiça e da Cultura porque só em diálogo transparência e tolerância é possível renovar as sociedades
somos Mulheres e Homens com os defeitos e as qualidades do género mas também com a fragilidade humana de nos sabermos emocionar .todavia confundir emoção com prepotência é não ser capaz ou não querer ultrapassar a própria incapacidade
urge assumir as diferenças .é o princípio da não contradição
assim ,deambulando pensamentos ou cogitando sobre o nosso passado recente chego invariavel mente à mesma conclusão – as nossas esperanças como poetas ou não-poetas sonhadores ou “homens práticos” ascéticos agentes ou ausentes não ganharão consistência primo enquanto não racionalizadas e interiorizadas secundo quando não colocadas sem dissimulados protagonismos ao serviço do bem comum
.só assim nos afirmamos como seres individuais e sociais
.em suma ,numa comunidade falha de verdadeiros substractos humanistas há que acreditar numa Utopia possível porque mudar é renovar e renovar é construir o futuro