no desgaste duma noite maior






don seegmiller






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não quero não posso nem devo
ousar-me em passos de magia
.em fazer da noite o meu baluarte
de in.certezas sufragado por vestes
cardealinas .ter-me-ei cativa do erro
como se o mesmo fosse o princípio
da minha gestação e resto-me
pelo título enquanto do outro lado
da página a rapariguinha de
vermelho me grita olá-olá à qual
respondo com o grito do meu
ventre-águia .mulher de ficções
ilumino o espaço recluso do verbo
com fios de pura filigrana e textual
ao verso repouso no silêncio
onde insisto na peregrinação dos
sentidos .seguro-me à última
réstia de névoa e mergulho no
intervalo do texto pronta
ao abate .adentro o medo e sou
espaço .tudo o mais é voragem