no tempo das madressilvas




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é no lume de um agravo 

que acendo os sentidos e 
é à sombra da colagem 
que me aparto ébria 
dos vocábulos avinagrados

.amanhã se a ressaca 

não me deixar de rastos 
inventarei novos rumos 
às mãos e nos escombros 
da minha embriaguez 
acenderei interdições 
prontas a serem violadas 
em cânticos triunfais 
porque na minha cabeça 
aloja-se a vocação 
que dos sábios recolhe 
os excrementos próprios à bastança

.um pouco de enxúndia adornada 

com nervos é o suficiente 
para amaciar o engenho

.as singularidades reservo-as 

para os manjares dos equídeos






marina podgaevskaya