a matriz como rotação do espírito




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é tempo de fechar a tarde 

.de recolher a-dentro quando 
a matriz enreda 
.é tempo de soltar os cães 
.a-fora o grito num ventre 
que já foi mátria quando pátria 
em despojos se selou inglória 
.talvez da história o desaconchego 
.a canícula e a dúvida 
no torvelinho de sangue e glória 
esgrimidos a contra-gosto 
quando argumentos de sombras 
logo disformes 
.um tudo enquanto salto ou o nada 
quando invadido o levante 
.fiança de um loquaz anseio 
em terra ávida de discrepâncias 
.ciência inquieta dizem os velhos 
se os novos se despovoam 
em equívocos não divergentes 
.não os desminto 
.antes esgrimo o pasmo 
para restar invadida 
em hipotéticas convergências 
.assim a pústula em dia 
de mudar os rumos 
.outrora ninhos de águia-mãe






marina podgaevskaya