no dia em que tudo for in.verso




.
.
.


outro o cinzel com que te esculpo 

na nudez fria de um nado-morto 
.neste desbravar terrenos 
assumidos como sinalética da falácia 
em que te moves 
des.equilibrada 
.temporã vestida de farrapos e usuras 
no tempo em que não podendo 
ser casa nem demanda de morada 
ousas interpelar os instintos e 
intervéns um desavindo 
como herança de um acaso 
.fecho as janelas da sala maior 
ao saber-te ávida de direitos 
enquanto a casa que nos é berço 
se resguarda escrava de sustentos 
.assino em branco a tentação 
de sangue espargido na omissão 
do teu lugar à mesa 
.deixaste de ter direito a nome 
assinalado 
.passaste a rastilho oculto 
de assiduidades havido na lavoura 
onde te demito antes de fechar 
a porta  
.na mão retenho a pedra 
para assinalar o futuro
.vigilante







marina podgaevskaya