no des.engano de um grave poetar




.
.
.

amo-te em sonatina breve e
no des.engano de um grave poetar
.varro marés despojada
num estar-quando
.quando os gestos se inclinam
sobre a razão
.abro a página a um a-deus e
redefino o modo de me ter livre
.amo-te só
.repito-o a outras marés
num aguardar in.satisfeito e
na in.suficiência de um encontro
com sabor a terra
.e tão de manhã quanto a noite
sou por dentro do poema
um contextualizar a-deuses
num tempo e num espaço
em que as palavras se cosem
a textos empíricos
.agora
meu amigo
digo-te até logo
.amanhã não sei






daniela ovtcharov