em hora de embalsamar desmandos




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adenso esta hora para bailar 

ao sabor do vento

des.laçada a carta 

onde te tenho de face enrugada 
.e de promessa em promessa ou 
de taça em taça haver-te corpo 
recolhido o musgo e

onde a casa se agasta 

.serventias ante os símbolos
.servem-se os livros 
.guardam-se as rosas hóspedes de 
um futuro já próximo e 
que se quer sepulcro de abandono 
.assim os nós presos ao desaire 
.à sublime hora de enrugar os prantos 
para que as árvores sirvam de ninho 
aos melros 
.os meninos apanham caracóis 
à revelia dos pais e 
as flores asfixiam de azul os poentes 
.ladram os cães em ternura 
buscando na mão o afago balsão e 
os meninos correm lambuzadas as faces 
na curva do poço onde a água arrefece 
o Verão 
fiandeiro de signos 
.da usura o reparo 
que o tempo outorga ao abandono do beijo 
.teimosia agora depois o segredo 
.ante a afronta após o enredo 
.o cansaço da casa que é ventre materno 
exige ética ou moratória 
de um direito não justo






kamen kissimov