desfaço na in.certeza a baínha do texto




.
.
.


vestida de névoa e titulada de silêncios 

vou de barca em barca em demanda do ventre 
.digo adeus à lógica 
.rendo-me ao equívoco
.construo muralhas 
.desconstruo paliçadas 
de mãos dadas com o perigo 
.sei de um pensar diferente cada vez mais traço 
cada vez mais linha 
.do texto quebrado na presença do essencial 
agraço-me em terrenos baldios 
.a poeira sendo raiz de outras demandas 
grassa em textos reservados em baús 
repletos de teias a que os deuses apelam de devassa 
.talvez sonetos 
.talvez redondilhas maiores ou menores conforme o pano 
.indiferente às recensões cravo os dentes 
em felinas maçãs numa fria insurrecção 
.a tanto rara 
.a tanto crua 
.navegante de um mar de fora 
atenho-me ao festim que me espera no porto 
.descarrego palavras e mortalhas
.não tenho pressa de aportar

.sou raiz de um escrever rente 

.um lapso que se quer vário







anny maddock