a in.clemência dos pacientes .ou a arte de pleitear contendas




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páginas in.sanas 

desmedram-se envoltas em tule 
na inclemências dos deuses 
.tecem lonjuras e 
de porta em porta 
disfarçam-se os demónios 
envoltos em serpentes 
.as árvores do quintal 
resgatam dos melros o chilreio 
.tudo se vai esquecendo e 
na cidade ontem berço 
cada um refaz em língua brava 
o que é lugar de tardança 
.os meninos 
esventradas as sombras 
erguem paliçadas 
soltam risos 
abrem os joelhos a avisadas cicatrizes 
receiam dos cães a gula e 
o afecto e 
os velhos tomam como certa 
a velhez da urbe 
.sento-me à espera 
do declínio da mansão 
da palavra anterior ao grito 
e pinto novelíssimas matizes 
no tempo 
.deito fora esboços e 
projectos e 
na diosa mansão de azulejos 
grávidos de sol 
talho dos abutres 
os seus heterónimos 
.inicio breviários 
dos deuses e dos demónios
como bargante-felina






anny maddock