paciência






leszek bujnowski






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porque nos havemos tão repetíveis
neste ondular de afectos?
são os braços as agulhas tecedeiras
e o pretexto do poeta?
inventámos o silêncio quando as mãos
cobriram
as lágrimas e os olhos mergulharam
no escuro da página .de branco se
revestiu a evidência neste terrível
ondular .demais o imperecível .a
menos o vislumbre com que roemos
a paciência
.e tudo o mais é vazio
as horas
os lugares
as páginas
os livros
as palavras ditas e reditas à exaustão
tão avessadas e revoltosas
quanto a insídia
.quanto os plásticos que adornam
as lapelas dos mestres de cerimónia