des.conforto






leszek paradowski






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perdi o lastro neste naufragar silêncios
acomodada às palavras a que nada pedi
e se as amornei em calma delas recolhi
um restolhar de recortes abandonados
ao sabor das intenções .não temo o
confronto nem me atrevo a desejá-lo
antes res.guardo a paciência para outros
desafios mais ao sabor da pele .labirintícos
os críticos perfilam-se .rendo-me à
evidência do gesto e hospedo desatinos
nos acordos que não celebro .a ambiguidade
do jogo perfila-se e a artimanha de quem
se tem a arquitectar uma outra sinaléctica
dissolve-se no tempo das aparências de
onde fujo .reservo-me para um escrutínio
mais terreno a que chego encoberta
pelos detalhes de um fermentar desejos
.só neste des.conforto de simulações
disperso-me por entre os pingos da chuva e
expectante
apresto-me a polir as arestas do engodo
.ir.redutível