contradição






leszek paradowski






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semente de vadiagens a tua mão
percorre o meu corpo e desfaz-se
em labareda quando os meus
olhos anunciam a paralisia de
um estar mais breve .é a excelência
de um seio
ou o ouro do alquimista que revestidos
de imortalidade
se apagam no mar efémero dos
sentidos .de nu se veste a bastardia
dos dias numa aparente contradição
de mortes anunciadas .ofereces-me um
fósforo .dou-te um cigarro .irmão voraz
da invernia devolvida a Sansão enquanto
Dalila serpenteia entre bandejas de
prata
.e
na ressonância explosiva do voo dos
pássaros
acentuam-se as rugas colhidas pelo caminho