faminta de poalhas vadias






lucio ranucci






*
*
é preciso apagar a luz .o poeta não
é um fingidor
muito menos um arquivo ou uma página
reservada a uma simples solução de conflitos
.o seu corpo não se quer como epitáfio
nem a sua razão como uma boca presa ao
vento suão .há que denunciar -
como palacianos
- os Acordos fortuitos e resguardar o ventre
das esperas indesejáveis .não há causas
de fachada apesar de tudo ser negociável
.até a honra .e neste circunstanciar de
pleitos fico-me por aqui .sentada na
badana do livro onde não espero senão
a equivalência do real .sobram pretextos
e eu corro -
cercada de aracnídeos
- ao encontro do irrepetível