anamnese






arvo pärt






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há um calor subterrâneo que
modela os meus gestos como
um cavalo
cujos antolhos só lhe permitem
galopar o comprimento da liça
.resto-me
- num silêncio de água -
cega para o mundo
numa visão estreita e divergente
.o céu é negro
.não há vislumbre de aves na
planura do deserto
.assinto as linhas rectas e
convoco os vultos dos túmulos
faraónicos para um encontro
im.perecível
.chove a luz branca da lua enquanto
no pórtico dos afectos
a erosão é o limite .a passagem
um campo aberto à memória
onde
sem remorsos
ando sob(re) os fios do vento