sem demoras nem delongas






don seegmiller






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não é hora de deslavrar poemas
sob a míngua do poente ou
assumir como consequência a baba
que escorre pela página onde as letras
se rebolam .nada é comparável
ao temerato
independente
mente
do facto de te apresentares como
anunciador de desgraças ou de me leres
ou não .as palavras reunidas em simples
frases vigiar-te-ão como um rosário
Íntimo guardado na ara do templo
.não carecem da tua bênção para em
exclusiva intensidade se
aventurarem na tentativa de existir
.breves os dedos tecerão cânticos à
impaciência do fim
que chegado
se tem como fenda ou fascínio
no abismo da leitura .aguardas sem
reservas o enigma dos murmúrios e
em versos laicos prescreves a
morte do autor esquecido que tu
mesmo concorreste
ao ler-me
para tal morte .em visceral escárnio
inscreves-te no teu posfácio .de mim o
prefácio anuncia-se vário