morada de silêncios






anny maddock






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se lhe disser meu amigo - desisto - sei que não acredita

vontade não me falta .vence-me o cansaço de uma correria que me conduz a nenhures .o estar fora do círculo porque deixou de ser homocêntrico .o corpo re.veste-se de asco que escorre como baba-mal-cheirosa .a água passa-lhe ao largo sem lhe tocar .detém-se no tubo de ensaio onde se guardam as novas-fórmulas .os alapados em experiências-alheias começam a meter-me nojo
.desistir será o mais fácil .se o fizer liberto-me
que me resta meu amigo?
os olhos que se prendem às folhas de uma árvore .uma minúscula flor-azul que sobressai no verde como mancha .é nela que o meu olhar se fixa e a pouco e pouco começo a perder a noção do corpo
sob os escombros - meu amigo - há sempre uma flor-azul