a arte de aprender a tratá-lo como igual*






consuelo arantes






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-ao meu Pai*





consigo assimilei o desafio das palavras admitindo-as como fugazes ambíguas e capciosas .consigo aprendi a não dar importância à invídia dos companheiros de ofício e a desafiá-los em praça pública com o intuito de aferir a beleza da oratória .foi o Pai que me ensinou a não mitificar os acomodados a desmentir a crença e a nunca ser servil .consigo iludi os milhafres .afastei-os da fruta que guardava para os amigos .a derrota jamais foi o seu lema e do particular sempre procurou o conjunto em gestos generosos e distraídos .a sua distracção vestia-se de presenças e sem frustrar o observador ampliava o seu raio fazendo jus à minha imaginação de menina .da arte em construção levou-me quando jovem-mulher a fazer opções que cedo me arrependi mas a si devo  a beleza-da-contemplação-a-ilusão-do-devaneio-a-transgressão e todas as ilusões que coordenam as minhas aparências de mulher .se insisto em obstinações faço-o a fim de reavê-lo em cada obra
esteio de selagens e princípios