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exigem-me as palavras outros consensos
.desfeito o texto ou a matriz do corpo
filio-me na libertinagem
.mestra da sombra que assumo como resgate
divido-me num voltar ao porto
ou deixar a barca navegar à bolina
.a falésia serve-me de farol e
sem nuvens no horizonte
embarco neste frenesim de engalanar
.a minha voz de falsete é uma ária
excerto de sons ou ruídos
conforme o ângulo em que me coloco
.estranho-me e entranho-me neste vaguear
de signos
onde as frases nascem a fim de morrerem
no segundo seguinte
.recomeço o texto que tenho como desfeito
numa enorme branca
.insisto
.resisto
.renuncio ao jogo e teclo
como exigência ordenada
.desprendo-me de reticências e exijo-me
envolta na música composta pelas palavras
e o texto
inicial
mente
desfeito obedece ao ritmo cadenciado
dos parágrafos que o suportam como cama
.nela se deitam e
o texto desfeito e remendado
assume-se como matriz
de in.explicáveis ressonâncias
anny maddock