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indizível o parêntese que se abre
nesta estiagem de tirar o fôlego
.acendem-se as sílabas na fogaça dos ocasos
silvo bastante da implosão do tempo
.navio fundeado sem marés
.nada acontece neste silêncio morrente
contrário à migração das cigarras
que iniciam outros cantos
.das tardes medram variações devolvidas
à preguiça estirada no caminho das reservas
como manhãs a-fora
.neste alento parvo de repetir quenturas
.queiramos nós que os atritos
não levantem poeiras encostadas
ao absurdo imaginado na imponderabilidade
dos registos porque o hoje é quente demais
.abro o frio
.fecho as janelas e uso a falácia das sonoridades
dos corpos re.ditos
monika serkowska