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abre-se a casa aos anseios da demência
como um casulo perdido entre
as urdiduras da lã onde só portas e
janelas se abrem ao infinito
.líquidos diversos sombreiam os muros
que a rodeiam como corpos semeados
no desbarato do tempo
.equívoco maior o desejo que a manhã
trará consigo ao des.abrigo das horas
como lanceiro de uma bebida
a que as framboesas não lhe são adversas
.tomilhos rasgam-se ao arrepio das bocas e
nas quais se deitam escamas e segredos
ocasional
mente
arrumados pelos dedos amarelecidos
dos cigarros não fumados
.amanhã quando um outro cais aportar
à janela maior da casa nascerão girassóis e
malvas em todos os andares e a porta
deixará de ser o batente a aconchegar
o vento-doce
.ao fundo da casa num outro cais
onde o mar envolve o chão
a insónia recria o real
onde tu não és autora
muito menos legente
já que te tens língua in.consequente
em lâmina afiada
.e na casa prenha de fontes e de bálsamos
fala-se de livros na volubilidade dos momentos
sublimes
.nela os meninos lambuzam-se com a terra
.demais
marina podgaevskaya