justificando o in.justificável .ou a vontade de dizer não





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destituída de total bom senso a lagartixa grita
– o meu lugar não é aqui –
entre baforadas de fumo fuligem e restos de mal disfarçada elevação
.surtem  por entre as silvas ácidos a disfarçar o in.conformismo das tardes e o vento norte de golpagem em golpagem povoa de mistérios os rasgos acordados pela quentura
.mas este espaço não é de fábulas mas de aves que levantam voo à mais pequena tensão
.a cada momento as corujas dos campanários da velha sé e os melros dos quintais chilriam entre atonismos
.tudo e todos servem o futuro in.fértil de sonhos calcinados por uma mão cheia de bastardos que de gestos e mensagens gangrenam memórias
.é de memórias que se veste o tempo da lagartixa sem justificação aparente para deste texto fazer parte
.fascínio de poeta dirão uns
.loucura de contumazes dirão outros
.de nós e da lagartixa o aparente in.justificável
.talvez o mórbido fascínio pela adulteração das espécies
.ou a recusa ao servilismo dos modos






angel cestac