desajustada mente






ah como a insolvência dos dias nos deixa
um outro tempo para castigar o tempo
.tudo cai
.caem os braços
.caem as pálpebras
.caem os dedos
.caem as fotografias de uma mesma
infância
como se a velocidade com que os olhos
se colam às folhas dos velhos álbuns fosse
superior à deslocação das gotas de água
de um rio que em contínuos flashes se
despenha num tempo de bater de asa
enquanto os nossos corpos evidenciam
a rendição dos sentidos






michael bilotta