- josé rodrigues
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não há carta .não há marear perfeito
quando do mar faço a galera por onde o teu corpo
se estende sem temer
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atiro as cordas ao mastro-maior a fim de
construir bonanças como se as ruínas deixadas
pelos Invernos fossem náufragos de outras esquadras
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há ruídos torpes que me adormentam e eu
insisto
insisto
no ondear
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sob o esgalho do canto
sinto-me orvalho-rubro-em-bravo-rosear