100% de memória ram





alina mayboroda




*
inscrevo-te como um in.evitável absurdo de mim
num ficheiro que
se abre após a consulta aos arquivos da memória
ram
*
não há mais nada que possa utilizar a
não ser as diferenças estabelecidas
eu processo-me em word
tu em folhas de excel
*
fecho-me entre a escrita normal e bold
antes de me projectar numa im.pressão a laser
*
tu
pelo contrário
entregas-te a exercícios transitórios como se
a vida não passasse de um raciocínio einsteiniano
eu movo-me no meio de ficheiros e
tento apagar documentos no espaço que
existe entre as margens de impressão
*
tu insistes no brilho dos cálculos
dos jornais
dos papéis
das calculadores que
substituíste e
nos quais deixaste de existir
*
uma nódoa
é o que somos
*
dois equívocos feitos de saliva
.de absurdos no antes e no depois
*
meras projecções de mãos dadas
em fiapos de memórias

*
*
*
resultado
deixei que o scanner te minimizasse e
esqueci de arquivar-me