-alexandra mazzanti
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reservo por esta noite a carne de um poema
onde as palavras se
tornam o elemento fundamental
ao fio de prumo
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alguém tem o dever de negociar
o direito à imortal.idade
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durmo debruçada sobre mim e
espalho sobre a carne
a respiração do deus que
não aceita as minhas propostas
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acendo-lhe algumas razões
.responde-me o silêncio
in.flexível
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ergo trincheiras de poemas
porque sei que nenhum poeta se deita
em terra calcinada
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.talho a minha nudez no delírio divino e
declaro luto nacional às borboletas