prima-Vera






leszek paradowski






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quando a tarde me arrefece
consagro-me à geografia do silêncio
para
transgredir a transpiração da escrita
.solto o grito enquanto o silêncio e eu
naufragamos sem pré-aviso
frente aos muros de Tróia a fim de re
-escrever o mito nas folhas cravadas
no ventre
.o calendário das horas -
como ressalvo de um bargante
- regurgita na tempestade a bonança e o
mistério habita dentro de nós ao esculpir a
matéria como símbolo da lunagem
.é então
que no estertor do vento
as palavras se arrumam na
dormência da prima-Vera e na in.certeza
de todos os excessos