críptico






leszek paradowski






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sei de horrores .sei de medos .sei de mim
e das árvores que sombreiam o caminho
.relevo as faias e os plátanos que pontuam
as encostas e deixo-me a dorme’Ser no
banco da areia adscrito na várzea .espaço
-me na água vítrea onde as algas me arrastam
enquanto as rochas se aprontam a
cortar-me a pele .ao lado os penhascos
desafiam-me numa provocação
ao sabor das mensagens crípticas e
o meu coração-
petrificado no peito
-torna-se um tambor fúnebre pronto a
espicaçar a morte como um ensaio
avulso