ir.reflexões.2






leszek paradowski






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não
não somos .bastamo-nos num agora
dúctil .expectante quanto o silêncio
nesta terrível imperfeição onde se
insere a agonia .alguém demanda sob
a canícula – vens? enquanto o rio
resguarda o espectro de um vozear a
medo .temo-nos na diferença .um ou
dois átomos presos ao ventre da mãe-
-água ou um navegar e esmo neste chegar
ao rio .neste retardar a tarde em sujeito
rendilhado como se a margem fosse
o braço que se estende ao encontro
do outro lado da vida onde os sonhos
por sonhar amoram .de manso .no banco
rente à vazante
uma criança lança um barco de papel
à descoberta .olhos abertos ao futuro
num presente-
sépio
-de vãs glórias