uma pergunta sem resposta aparente






lucio ranucci






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às vezes repito as palavras apenas
para dizer bom dia .outras ponho-as
a marinar num escárnio indiferente
ao gosto e à vassalagem .outras ainda
imagino-as em códigos des.providos
de razão como alvitre de um resgatar
o silêncio .este re.vestido de folhagem
adorna-as como um fruto maduro
após a mendicidade de um preâmbulo
circunscrito à crueldade e ao abandono
.decifro códices .saro feridas inscritas
na palidez doentia de um texto banal
.resisto e fujo mas as
palavras
de novo
prenhas de significados
alapam-se ao meu corpo como presságios

quem somos nós para do rosto des.laçar
a máscara?