timoneira de outros talantes






lucio ranucci






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vens
ou permites fazer dos teus passos simples
rastos de pó?
vens
ou insistes em obliterar os sinais
quando ao correr nas falésias
entrelaças anéis de cobre na corrente que
te prende à margem?
em menina e moça
deixaste os braços de tua mãe e correste
silvados enfeitiçada por
histórias de princesas e reis .insististe em
tardes de ficar quando as manhãs se desfizeram
em lama e do outro lado do rio as pedras se
renderam aos dons Sebastiões desagravados na
erosão dos caminhos .há uma música que
paralela
teima em resistir .dirás que o tempo parou
.dir-te-ei que te enganas
perdido o norte
na aridez dos lugares comuns
.presságios de predador
.tão veros e reais quanto a paixão do aqui
.deste lugar de agora onde teimas
na vacatura do erro
.talvez porque me tenha em alvo a manhe’Ser
espero-te num sopro de crispação porque o farol
apronta-se a des.agregar as rochas
como tu que
insistes em não ver a cidade que te cospe no
altar dos silêncios