o en velhe’Ser do mar






lucio ranucci






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numa aguada de tédios vários
vacilaram os olhos e as bocas
meditantes .o vento trazia-lhes
recados da maresia e os perjuros
que se arrastavam pela maré-baixa
eram senhores de uma desordem
equacionada ao milímetro .nada
fazia prever o des.vendar dos
golpes traçados pelo jogo das
equidades falseadas .os meninos
entre sulcos e falésias falavam
a linguagem do vento e o velho
marinheiro de águas doces assistia
quebrado
ao en velhe’Ser do mar certo que
o amanhã chegaria sempre atrasado
.era um tempo de desordem calcinada
entre a escrita e a fala .entre a barbárie
e os homens .entre o equacionar respostas
e o olvidar perguntas .ninguém
se assumia como culpado apesar de em
prece se resguardar de joelho em
terra .os discursos morriam por dentro
quando im.pacientes
os mastins jubilavam o fim judicioso
da espécie humana