guardo o futuro na palma da minha mão






lucio ranucci






*
*
venho do outro lado
de um ventre estéril de perguntas e
respostas banais .trago a decadência
como acendalha .e no falso oráculo
onde ousei a sorte
tive num lapso de memória
as omissões e os in.desejáveis como
companheiros de jornada .parei na
baga e omiti a pontuação como
barcaça para um outro caminhar
.revesti-o de veludo e sedas e deixei o
ácido da peçonha escorregar entre
os motivos do agora e o êxtase final
.tornei-me a boca da serpente .o prelúdio
quase métrico dum sinalizar depois
.depois partilhei o silêncio com os
deuses e ao tornar-me mortal
troquei a infâmia pelo granizo
.vertical
mente
livre deitei-me sob a árvore da sabedoria
e deixei-me a dorme’Ser
vária e insubmissa
.in.disponível na minha viagem
sem encontros com o passado