errar .julgar .acreditar






don seegmiller






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será o erro o culpado maior dos meus juízos?
ser-me-á permitida a faculdade de julgar?
neste tempo de riscos vorazes deverei tecer
conjecturas sobre a in.competência de se ser
ou não lúcido?
as plantas dizem-me que não

.os melros reúnem-se em plenários e os cães
cansados de imposições afogam-se em
desvairados uivos .ser-cão ou a minudência de
um facto tardo e ao arrepio de andanças
perdidas no fulgor do tempo .arquivadas .como os
homens cujas vaidadezinhas se arrumam em
vãos de escadas .são os apóstatas da Língua
.bárbaros no respigar a semente .e os outros?
que dizer ou fazer dos que se têm num respirar
de sequências cada vez mais in.cómodas?
será mister o meu ,apagá-los?.afastá-los no
reconhecimento do Erro? acreditar que tudo é
tão efémero quanto a serenidade que nos espera
no outro lado do jardim onde a relva de pisada
se esquiva a um canto do quintal?
as plantas dizem-me que sim

.entre o sol e a sombra geram-se aforismos de
mordaças nos que se afogam em vómito quando -
de motu próprio
- se assumem acima dos demais .tenho-os cada vez
mais fora dos meus hábitos de sublinhar
.reservo-lhes o risco e a memória .de loucos e sós
.tão de menos quanto a incontinência amarrotada
de quem se cataloga em páginas de puro tédio
.perdidos em contra-mão têm-se na prateleira
dos excelsos .tão imprudentes quanto inevitáveis