a gravidade do etéreo à sombra do elevador




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no desarrumo contraditório 

de um deslizar de escadas 
sem elevadores 
.porque no dia em que a água 
serviu de livre arbítrio ao estilhaço 
de um traço comezinho se planteou 
o insólito de uma casa sem portas e 
sem janelas 
.entrávamos no elevador 
que nos defendia da gravidade 
do etéreo 
.da queda 
.e assim fomos as figuras 
de um estilo in.imaginável 
em que nos havíamos 
árvores-cães-canteiros 
para lambuzar de sol as crianças 
numa criação que lhes foi matriz 
.ficam os fantasmas colados 
ao manípulo 
onde nos revíamos em mãos 
tolhidas pela insónia 
dos dias de estiagem 
.apagámos os elevadores 
.fechámos as portas 
.desfizemos enseios 
em troca de distinção
.volatizámos nas cinzas os ossos 
de-mais rijos de roer e

fomos nós 

.e nada mais pedimos






marina podgaevskaya