fechado o parêntese e
atingido o ponto de não retorno
o poeta arquiva o livro
findo o tempo da ironia
.levanta-se do sofá
olha a porta entre-aberta e revê
no velho caramanchão de flores
azuis os despojos de uma batalha
inglória
.manifesta-se no equilíbrio
das árvores e do jardim que de há
um tempo lhe corriam fora do
olhar deixando estigmas que lhe
haviam causado algumas noites
de insónia e desassossego
.hoje sorri e
agarra com as duas mãos habituadas
às esperas
o livro já lido
.olha-o
manuseia-o
primeiro foge
depois insere-se dentro das folhas
dobrando-as umas sobre as outras
formando camadas de derme
onde se ergue entre as raízes de um
coração que pulsa reaceso o desejo
george christakis