arrefeço os sonhos






imprimo num cálice de absinto o
gosto do teu beijo e deixo-o assentar
como se a sensação de te não ter
provado pairasse na minha boca
.sou eu e o outro ou tu em mim o
conflito fútil de uma transferência
de sentimentos que saltitam
em imagens subjacentes à minha
memória de mulher que durante o
tempo dos Amantes se deixa embalar
pelo invento
.não sei porque me prendo ao
discricionário das letras se a minha
cabeça e o meu corpo se transformam
em pedras quadrangulares que as ruas
despejam como dejectos de um risível
motejar
.não uso o primado da razão nesta
inglória demanda de levantar do
chão o tempo dos sonhos que se queda
em teu olhar estrangeiro enquanto eu
prisioneira dos deuses apago este
sonho arrefecidos a criação e o corpo
de te ter concebido fruto folha ou ave






george christakis