a pressa de acordar






passo como uma manta de retalhos ou
um barco onde o sorriso naufragou e
tenho frio quando me visto deste silêncio
hostil que me cobre o rosto .tenho-me num
regaço aberto onde escavo o túmulo dos
teus ossos para num pranto que ouso só
para mim acompanhar-te ao coração da
noite .aí cubro-te de afagos .bordo-te uma
canção de embalar e no tumulto de um ser
em dois estendo-te a mão fingindo entender
a pressa de acordar para esculpir o teu nome
no mármore das palavras





george christakis